quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Esse Ano (felizmente) Não Foi Igual Aquele Que Passou


Ricardo Prates *
Diferentemente de 2013 o ano de 2014 se finda com o Rio Quad Rugby Clube de folego renovado, respirando sem ajuda de aparelhos, de pé, íntegro e, como sempre sem ter se deixado (em seus sete anos de existência) levar por mazelas e interesses particulares. Bem disposto, respaldado por seus pares, colaboradores e parceiros legais e leais, com o compromisso de garantir a igualdade de oportunidade para todos, independentemente das diversidades/diferenças mediante a prática do esporte e do lazer, de modo a complementar as ações sócio-inclusivas, no que tange ao paradigma da inclusão da pessoa com deficiência no contexto social é que afirmamos que apesar dos pesares, ‘nós enverga, mas não quebra’.
Soerguido, o RQRC em 2015 há de se manter dinâmico e flexível ao que lhe for confiado, primando e dotando à modalidade rugby em cadeira de rodas em um âmbito sociocultural, focado em prover junto as pessoas com deficiência física (oriundas de tetraequivalência), evidenciem suas potencialidades treinando, jogando e experimentando novas ações e na sua essência maior, levando-as ao simples despertar do natural espírito de relação com o movimento e com o gesto desportivo adaptado e, por conseguinte ao prazer e a satisfação de ser um paradesportista.
Uma nova fase, que passou a se consolidar em agosto, mediante convenio firmado entre a Federação de Rugby em Cadeira de Rodas do Estado do Rio de Janeiro – FERCRERJ e o Instituto de Educação Físico e Desporto da Universidade Estadual do Rio de Janeiro – IEFD/UERJ, propiciando ao RQRC o reencontro com a possibilidade de treinar programaticamente e desenvolver suas atividades de maneira plena, qualificando seus atletas e agentes numa favorável performance de alto rendimento.
Perspectivas que se efetivam e se evidenciam mediante aos agentes, atores e instituições afins, dispostos a agregar valores e estabelecer preceitos e normas programáticas com intuito oxigenar a modalidade no cenário fluminense, expandindo a promoção e o desenvolvimento da modalidade rugby em cadeira de rodas para além do eixo Rio-Niterói.
O Estado do Rio de Janeiro é rico, responde com quase 12% do PIB do país, tem recurso pra investir, há secretarias e órgãos que atuam na garantia de direitos das PcD’s, tem demanda pra expandir a modalidade para a baixada fluminense, região serrana e norte e sul do estado. O estado é pioneiro na modalidade? Sem diálogo e entendimento entre os agentes, os atores e instituições afins, este ‘pioneirismo’ caí por terra. Vamos continuar remando enquanto outros navegam.
Contudo é preciso se atentar e respeitar às instâncias legais e leais constituídas. Pois são estas instâncias que norteiam as boas intenções rumo à consolidação não apenas da modalidade em questão, assim como, certificam as instituições, os agentes e os atores envolvidos nesse processo; dando credibilidade na captação de recursos, formalização de convênios e/ou parcerias com os setores da sociedade.
É sempre louvável iniciativas e ações das instituições constituídas. Um direito garantido por se tratar de uma entidade regulamentada, ativa, dotadas de autonomias e independências. Porém não seria elegante ou cordial, agir de maneira isolada, unilateral, sem ouvir as instituições afins, os agentes e os atores envolvidos na sustentabilidade do rugby em cadeira de rodas em nosso estado.
Insisto em dizer, se há instituições afins, agentes e atores legais responsáveis pela sustentação da modalidade – independentemente de divergências – o ideal é que ambos se sentem, debatam os rumos da modalidade no estado, formule propostas, estabeleça metas, programe uma agenda, trabalhe, trabalhe, trabalhe... para que o Rio de Janeiro tenha condições de resgatar a referência nacional de tempos atrás.
De nada adianta falácias que o Rio é berço do rugby em cadeiras de rodas no Brasil, que é o único estado que tem três equipes, bem como se vangloriar que o Rio é uma Cidade Paralímpica, que é a Cidade Maravilhosa e, que já foi base da seleção brasileira, priorizando interesses particulares em detrimento de ações coletivas. Se assim persistir, de certo sem dialogo e entendimento o Rugby em Cadeira de Rodas do Rio de Janeiro se manterá como mera figuração.
Para 2015, precisamos rever nossas atitudes e conceitos urgentemente. Tamanha iniciativa tem que partir, em caráter bilateral das instituições afins, dos agentes e atores que fomentam e desenvolve a modalidade. Do contrário, estaremos aqui em dezembro de 2015, incorrendo do mesmo erro.

Rugby Rioooo...



*Presidente e atleta do Rio Quad Rugby Clube - RQRC

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